17.9.14

Saraiva Lev com Luz

Já estava há um ano satisfeito com meu Kobo Glo, mas não resisti pra testar o novo leitor da Saraiva, o Lev. O modelo não podia ser outro, já que fiquei mal acostumado com iluminação frontal do Glo.

Acho que a Saraiva realmente acertou no nome, uma brincadeira com levar muitos livros agora não é mais pesado, mas o que mais gostei foi que evitaram estrangeirismos.

O Lev é uma versão do leitor HD da francesa Bookeen, o Cybook Odyssey. Apesar de presente em alguns países da Europa, a marca é praticamente desconhecida nos EUA. No blog da empresa há um press release sobre a parceria com a Saraiva.

O Lev com luz em mãos

Não ficarei bostejando sobre as especificações técnicas do aparelho porque você pode acessar essas informações direto no site da Saraiva. Primeiro darei minhas opiniões e em outro artigo explicarei as diferenças que notei entre o Lev e o Glo.

Design

À primeira vista, olhando as fotos do Lev nas propagandas e no site da Saraiva, achei o design um tanto infantil com as bordas excessivamente arredondadas. Ao vivo e com ele em mãos essa impressão passou; gosto mais do estilo quadradão com bordas arredondadas do Kobo, mas o Lev não chega a parecer um tablet infantil da Tec Toy pintado de preto.

Lev desligado, com a capa do último livro lido
O Glo é um pouco mais leve que o Lev, segundo as especificações, mas não dá pra sentir a diferença. Os dois têm um tamanho e acabamento parecido, o mesmo plástico com acabamento aveludado, agradável ao toque.


Traseira do aparelho

Interface

O interface visual não é um primor: apesar de várias funções serem mais fáceis de acessar que no Glo, outras precisam de toques ou apertos de botão extras. O que realmente me incomodou um pouco foi o tamanho das  fontes da interface. Pode ser que eu esteja acostumado com o Glo, mas acho que os menus com letras menores dariam um toque mais refinado.

Menu gigantesco, onde poucos itens tomam quase a metade da altura da tela


Só há um dicionário Português instalado. O Glo tem também um dicionário Inglês - Português e não é muito difícil instalar novos dicionários. O vendedor da Saraiva disse que em breve novos dicionários estariam disponíveis para download e instalação gratuitos, mas tenho lá minhas dúvidas. Se achar alguma maneira de colocar novos dicionários no bichinho avisarei por aqui.

Capas e acessórios

O Lev não possui um sensor que coloca o aparelho pra dormir quando fechamos a capa, como acontece com o iPad e o Glo. É preciso  fechar e deixar pra lá que ele dorme sozinho depois de um tempo.

A capa que a Saraiva vende se encaixa por trás do Lev, com uma tampa colorida. A traseira é de silicone e não achei que deva proteger muito, além de não parecer lá muito firme.

Como mencionei antes, a Bookeen / Cybook não é muito conhecida nos EUA, então não é possível achar capas e acessórios por lá. Não tenho as mesmas oportunidades de muambar da Europa, mas deve ser mais fácil achar coisas pro Lev no velho continente.

Comprei uma capa de legítimo couro sintético no Ali Babá Express, mas ainda estou esperando chegar. É para uma versão anterior do Cybook, que tinha botões laterais pra passar as páginas, mas acho que deve servir.

Estou satisfeito com meu Saraiva Lev com Luz. Conforme uso mais coloco mais dicas e diferenças entre ele e o Kobo.

14.8.13

Colocando novas fontes no Kobo Glo

Uma das coisas legais do Kobo Glo é o chamado TypeGenius. Trata-se de um ajuste fino das fontes, onde pode-se alterar a fonte, a nitidez, o tamanho, a espessura, o entrelinhas, as margens e o alinhamento do texto.

As fontes que vêm com o aparelho são:
  • Amasis;
  • Avenir;
  • Caecilia;
  • Georgia;
  • Gill Sans;
  • Kobo Nickel;
  • A-OTF Gothic;
  • A-OTF Ryumin;
  • OpenDyslexic.
A Kobo Nickel, como pode-se notar, é uma fonte desenvolvida para o leitor. Mas além dessas fontes, é super fácil acrescentar novas. Vejamos como.

Primeiro precisamos da nova fonte. Para exemplo aqui, vamos usar a Ubuntu Sans, uma fonte livre, desenvolvida pelo escritório Dalton Maag para a Canonical, a empresa que desenvolve o Ubuntu.

É só acessar a página da fonte e baixar os arquivos. A fonte vem com os pesos Light, RegularMedium e Bold, além de uma versão monoespaçada para códigos. A versão Light é muito leve e é provável que não fique legal na tela E Ink. Eu escolhi o peso Medium para ser o normal, e o Bold para ser o peso mais pesado (ou bold, ;-)).

Então os arquivos que eu escolhi são:

  • Ubuntu-M.ttf (o Medium que será nosso peso normal);
  • Ubuntu-MI.ttf (o Medium Italic);
  • Ubuntu-B.ttf (o peso Bold);
  • Ubuntu-BI.ttf (Bold Italic).
Precisamos mudar os nomes da fonte para:
  • Ubuntu.ttf
  • Ubuntui.ttf
  • Ubuntub.ttf
  • Ubuntuz.ttf
Agora é só concetar seu Glo no computador. Na pasta raiz, há dois diretórios, .kobo e .adobe-digital-editions (esses diretórios podem estar escondidos).  Crie um terceiro diretório chamado fonts e copie pra lá os arquivos da fonte Ubuntu. E pronto, ao desconectar seu Kobo você já tem uma nova fonte para ler seus livros.

Caso queira, pode baixar novas fontes nos sites a seguir:
Evite sites como Dafont, porque em geral as fontes são muito vagabundas, muitas não tem nem caracteres acentuados.

10.8.13

Upgrade para Kobo Glo

Sáo praticamente 3 anos de ostracismo aqui no blog, mas resolvi trazê-lo de volta à ativa só pra informar que resolvi dar um upgrade no velho Alfa de guerra. E o upgrade foi para o modelo Glo, da Kobo.

Ainda usava e muito o Alfa até a semana passada. Só que um pequeno defeito que ele tinha era a tela com menor contraste em relação à concorrência. À noite a leitura ficava prejudicada nos ônibus a caminho de casa, ou mesmo impossível quando pegava a van. Se bem que no caso da van qualquer leitor sem iluminação é prejudicado.

Por isso resolvi fazer um upgrade para o Glo. Glow quer dizer brilho em inglês, e assim como o modelo Paperwhite, da Kindle, ele tem uma tecnologia bem interessante para iluminação. Lâmpadas LED fazem a luz correr por dentro do vidro que cobre a tela, jogando a luz por sobre ela. Pense na fibra óptica: é o mesmo princípio.

A Kobo é uma empresa canadense, que tem uma loja de ebooks já há um bom tempo. Cheguei a comprar alguns livros lá por menos de 5 dólares. Como eles usam o DRM da Adobe, dá pra ler tranquilo no Positivo Alfa.

Há um ano mais ou menos a Livraria Cultura virou parceira da Kobo, passando a vender livros e os leitores aqui no Brasil. Dê uma olhada nos modelos de Kobo no site da Livraria Cultura.

Alguns motivos pelos quais escolhi o Kobo Glo:

  1. Tela iluminada: Como disse, pra ler na ônibus e van durante a noite, queria um que tivesse a tela iluminada;
  2. Preço: aqui no Brasil ele custa R$ 479, contra R$ 599 do Kindle;
  3. Liberdade para compra de livros: Com o Kindle, só posso comprar livros na Amazon. Pra comprar livros em outros lugares, preciso fazer Jailbreak do Kindle;
  4. Memória expansível: O Glo aceita cartões microSD, o Kindle não. Não é um grande problema, já que os livros são pequenos, mas é sempre bom ter a opção;
  5. HQs: O Glo suporta os formatos CBR e CBZ de histórias em quadrinhos. Em p&b e na tela pequena, mas mesmo assim suporta;
  6. Iluminação mais regular: em vários reviews online especialistas afirmam que a iluminação do Glo é mais regular que a do Paperwhite.
Algumas das vantagens do Paperwhite:
  1. Conexão 3G: sem pagar nada a mais (a não ser os R$ 120 do preço), é possível comprar livros em qualquer hora ou lugar. Mas acho que meu cartão de crédito não consideraria isto uma vantagem;
  2. Iluminação mais baixa na menor regulagem: todas as resenhas que consultei falavam que a iluminação em 1% do Glo era muito clara, e a do Paperwhite era melhor pra ler no quarto escuro. Realmente no quarto escuro, a menor iluminação é muito clara. Tem um hack pra melhorar um pouco isso, mas não é 100%;
  3. Loja mais completa: A Cultura tem muitos títulos em português, mas a Amazon tem mais títulos e ponto. Mas eu costumo comprar livros baratinhos na Amazon e fazia uma manobra pra ler no Alfa. Continuo fazendo a mesma coisa com o Glo.
Outra coisa que gostei no Glo foi a possibilidade de mudar fontes e tamanhos, entrelinha e margens. É possível até acrescentar fontes (tome cuidado porque fontes também têm direitos autorais).

Depois eu passo mais dicas aqui, vamos às especificações do Glo:
  • 114 x 157 x 10mm. Um pouco menor que o Alfa;
  • 185g. Um pouco mais leve também;
  • Tela de 6 polegadas XGA (600x800) E Ink Pearl, touch screen infravermelho, com 212ppi e 16 tons de cinza;
  • Processador Freescale i.MX508 de 800MHz;
  • Capacidade de 2GB com 1GB para conteúdo;
  • Entrada para cartão MicroSD com até 32Gb;
  • Wi Fi 802.11 b/g/n;
  • Conexão Micro USB;
  • Formatos: ePUB, PDF, Adobe DRM, MOBI, RTF, HTML, TXT, CBR, CBZ, JPEG, PNG, BMP, GIF, TIFF;
  • Duração de bateria de até 1 mês;
  • Conexão com Facebook e Twitter para compartilhar suas leituras;
  • 4 opções de cores (só vi o branco e o preto na loja física do Cultura).
Bom, em breve coloco mais dicas, se conseguir decolar os olhos do meu brinquedo novo. Até breve.

28.11.10

ONext Touch - o melhor firmware

Outra encarnação que achei recentemente do Alfa é o ONext Touch, da Rússia. Entrei no fórum pra dar uma lida com a ajuda do Google Translate, e vi o pessoal falando de escolha de fontes, aí achei interessante.

Baixei o tal firmware russo, decorei a posição da configuração de idioma no menu (o terceito item de cima pra baixo), já que cirílico não é bem meu forte. Só há opções para inglês e russo. Os ícones são quase tão feios quanto meu dedão:

Mas o legal mesmo é que podemos ver a hora enquanto lemos, além do ícone de configurações ali em baixo:

Ao clicar no ícone, abre-se a janela de seleção de fontes:

São estas as fontes disponíveis:
  • Book Antiqua
  • Bookman Old Style
  • Calibri
  • Cambria
  • Candara
  • Century
  • Century Gothic
  • Comic Sans
  • Consolas
  • Constantia
  • Droid Sans
  • Droid Sans Mono
  • Droid Serif
  • Loma
  • Thryomanes
  • WenQuanYi Micro Hei
  • WenQuanYi Micro Hei Mono
É legal ter várias opções, contra somente a Droid Serif dos outros firmwares. Mas tenho minhas dúvidas quanto a essas fontes da Micrisoft para o Vista: que eu saiba elas não foram liberadas para uso como as antigas (Arial e cia).

Outra coisa que eu sentia falta nos outros firmwares é a visualização da data/hora, cansei de perder a hora no meio da leitura.

Resumindo pra quem quer fazer também:

  1. Baixe o firmware;
  2. Coloque a pasta qdutil na raiz do cartão microSD;
  3. Dê boot em modo de recuperação (ligue o Alfa segurando os botões Voltar e Lupa);
  4. A atualização iniciará automaticamente; quando terminar, reinicie;
  5. Selecione o ícone de configurações e a terceira opção para se livrar do cirílico e colocar em inglês.

CondorTech EGriver Touch

Achei mais uma outra encarnação do Positivo Alfa, dessas vez na Índia. O aparelho é vendido pela CTAIndia, e tinha uma comunidade de usuários no site ning que foi descontinuada depois que o serviço passou a ser pago.

Mas o mais interessante desta história toda é a página do EGriver Touch no Wiki do MobileRead, que cita uma função opcional do aparelho: reconhecimento de escrita. Realmente da pra ver no site do 4fff  uma foto lá no fim da página de uma mão desenhando ideogramas chineses na tela.

É uma pena que a Positivo não tenha coçado o bolso pra acrescentar esta opção no Alfa, mas não podemos reclamar somente dela: nenhum dos outros firmwares que vi por aí tinha esta opção. Ou o acréscimo deste software é muito caro, ou só funciona em chinês. :-(

25.11.10

Oyo e fontes

Na alemanha a empresa Thalia vende o leitor eletrônico Oyo, que apesar de ter o mesmo hardware do Positivo Alfa, possui algumas pequenas diferenças, como o número e disposição dos botões e a presença de conexão 3G. A Fnac também vende este aparelho na França e a TIM na Itália.

Tem uma galera na Alemanha empenhada em hackear o Oyo, e é possível conseguir algumas informações na wiki do Frank, em inglês, ou no E-Reader forum, em alemão.

Na Wiki, Frank ensina como ganhar acesso de shell, como arrumar uma senha e acesso de root e como colocar um servidor telnet ou SSH rodando no Oyo. Ele também escreveu para a Thalia solicitando o código fonte do sistema do aparelho, e a Thalia vem liberando aos poucos.

Com uma galera fuçando, mexendo e hackeando por aí, é certo que em breve teremos algumas coisas interessantes surgindo para o Alfa, como talvez a possibilidade de instalação do Openinkpot ou mesmo softwares desenvolvidos específicamente para ele.

22.11.10

Firmware

Dizem por aí que a Positivo aleijou o Alfa para que os impostos pudessem ser mais baratos. Talvez eles tenham lido este artigo e se empolgaram. Mas o fato é que na primeira leva parece que nem Wi-Fi tinha. Agora tém Wi-Fi, mas os aplicativos para escutar MP3 ou visualizar fotos não estão presentes.

Como todos os N618 vendidos pelo mundo afora são mesmo iguais, pode-se instalar no Alfa o firmware de qualquer outro vendedor. Uma boa pedida são os espanhóis: todos têm várias opções de língua, mas sabe como é, pra conseguir colocar em uma língua que se entenda depois da instalação tem que pelo menos ter uma idéia do que se passa no menu.

Uma desvantagem de se mudar o firmware é que se perde o dicionário Aurélio. Normalmente ganha-se um dicionário inglês ou inglês-outra língua. Testando o firmware espanhol, me pareceu que as poucas palavras que busquei ele também não conhecia. Também não há uma interface em português.

Para atualizar o firmware:

  1. Baixe a versão desejada de um dos links deste outro post;
  2. É preciso de um cartão microSD, com o diretório qdutil, extraído do arquivo baixado
  3. Selecione Config > Configurações avançadas > Atualizar firmware;
  4. Pronto!
A atulaização demora um pouco. Se der alguma merda é possível dar boot no aparelho no modo de recuperação ligando ele enquanto mantém apertados o primeiro e o quinto botões (Retorno e Lupa).

Aliás, falando em modos de boot, além do citado, temos:
  1. Ligue o Alfa  enquanto mantém apertados o primeiro e o segundo botões (Retorno e ... Borracha? Bloco?) para entrar na calibração do touch screen;
  2. Ligue o Alfa  enquanto mantém apertados o primeiro e o último botões (Retorno e Avanço de página) para entrar no QEngineer (modo de configuração do QT)
  3. Ligue o Alfa  enquanto mantém apertados o sexto e o sétimo botões (Avanço de página e Retorno de página) para entrar no modo de conexão com o computador USBSerial (não há nenhuma informação sobre isso na tela - ele vai abrir o sistema normalmente, mas vai aparecer para o computador como um dispositivo USBSerial, e não um dispositivo de armazenamento).
Se entrar em um destes modos e depois não conseguir sair, basta usar um clips ou um palito de dente para apertar Reset e o botão de ligar - seus livros e anotações continuarão por lá.

Os firmwares são praticamente todos iguais. Se quiser fuçar, dá pra abrir os arquivos rootfs para ver como é o filesystem. Quando o arquivo tem a extensão .tar ele abre com facilidade no tar ou no 7zip, por exemplo. Quando a extensão é img (o da Positivo e da L337 são assim) só consegui abrir usando o cpio no Linux.